quarta-feira, 17 de junho de 2015

                                                              A VIDA EM CRISTO

A VOCAÇÃO DO HOMEM: a Vida no Espirito
A pessoa humana é a única criatura na terra que Deus quis por si mesma e é destinada, desde a sua concepção, á bem- aventurança eterna. Deus deu-lhe uma alma espiritual imortal que lhe permite receber a luz e a força de seu Espirito Santo. ¨ Pela razão, é capaz de compreender a ordem das coisas, estabelecidas pelo Criador. Por sua vontade, ela é capaz de ir, por si, ao encontro de seu verdadeiro bem. Encontra sua perfeição na busca e no amor da verdade e do bem¨ ( CIC 1704).


A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

O HOMEM IMAGEM DE DEUS:
Quando Deus criou o homem e a mulher, crio-os à sua imagem e semelhança ( GN 1, 26 ). Mas esta beleza foi alterada pelo pecado original e o homem já não podia conhecer o esplendor da sua vocação. Foi preciso esperar que o Filho de Deus se fizesse homem para compreender verdadeiramente o que significa assemelhar-se a Deus. Com efeito, Cristo é ¨ a imagem do Deus invisível¨ ( CI 1, 15).
Ele, o Filho perfeito, fez-se um de nós a fim de nos revelar o mistério de seu Pai, e para nos levar consigo ao amor do Pai.  Agora, quando contemplamos Jesus, Filho de Deus feito homem, descobrimos toda a beleza do homem, imagem de Deus, e compreendemos a nossa sublime vocação. ¨ Em Cristo, redentor e salvador, a imagem divina, deformada no homem pelo primeiro pecado, foi restaurada em sua beleza original e enobrecida pela graça de Deus¨ ( CIC 1701).

¨ Deus entregou o homem ás mãos do seu arbítrio¨ ( ECLO 15, 14)

O homem foi criado capaz de raciocinar, quer dizer, que possui a dignidade de uma pessoa dotada de iniciativa e de domínio dos seus atos. Isto dá-lhe a capacidade de buscar o seu Criador e aderir livremente a Ele para chegar á plenitude a que está chamado ( CF. CIC 1730). A beleza da pessoa humana encontra-se, sobretudo, na sua liberdade. ¨ Toda pessoa humana, criada à imagem de Deus, tem o direito natural de ser reconhecida como ser livre e responsável. Todos devem a cada um esta obrigação de respeito. O direito ao exercício da liberdade é uma exigência inseparável da dignidade da pessoa humana, sobretudo em matéria moral e religiosa¨ ( CIC 1738).

LIBERDADE HUMANA E SANTIDADE :
Ao morrer na cruz, Cristo obteve a salvação para todos os homens. Resgatou-nos do pecado que nos tinha escravizado, e São Paulo nos explica: ¨ É para a liberdade que Cristo nos libertou¨ ( GL 5, 1). Ele é a verdade, e nele nós comungamos a ¨ verdade que nos torna livres¨ ( JO 8, 32). Deu-nos o seu Espirito Santo e ¨ onde está o Espirito do Senhor, aí está a liberdade ¨ ( 2 COR 3, 17 ). Graças à salvação trazida por Jesus, Filho de Deus, a nossa liberdade tornou-se a ¨ liberdade dos filhos de Deus¨ ( RM 8, 21).
A liberdade foi-nos dada, não para escolhermos indiferentemente o bem ou o mal, mas para escolhermos, por nós mesmos, o bem e o que corresponde á verdade. A graça de Cristo não pode ser pensada como concorrente da nossa liberdade; pelo contrário, quanto mais dóceis somos aos impulsos da graça, mais cresce a nossa liberdade interior, porque temos uma força própria que nos permite fazer verdadeiras escolhas em favor do bem, sem estarmos submetidos ás pressões e constrangimentos do mundo exterior; nem ao nosso egoísmo e resistências que nos fecham em nós mesmos. Os mártires oferecem-nos um exemplo luminoso dessa liberdade, pois sabem permanecer firmes na sua fé e no seu amor a Cristo, sem mesmo recear a morte mais temível. O Espirito Santo educa-nos para a liberdade espiritual, para fazer de nós, na adesão á vontade divina, colaboradores livres da sua obra na Igreja e no mundo ( CIC 1741-1742): tal é a santidade.


A CONSCIÊNCIA MORAL :
Todo homem ouve a voz do seu próprio coração, voz a que nós chamamos consciência. Essa voz permite-lhe julgar o valor daquilo que faz. A consciência é o centro mais íntimo e mais secreto do homem, o santuário no qual Ele está a sós com Deus e onde a sua voz se faz ouvir. A consciência reta, bem formada, torna cada homem - adultos e crianças- capaz de distinguir entre o que é bom e mau.
Por isso, podemos dizer: ¨ Tenho a consciência tranquila, agi bem¨. ou então: ¨ Não tenho a consciência, a minha consciência me tortura, agi mal ¨. No fundo da própria consciência, o homem descobre a presença de uma lei que ele não se deu por si mesmo, mas à deve obedecer. Essa voz, que nunca cessa de o estimular a amar e a fazer o bem e a evitar o mal, no momento oportuno, faz-se ouvir na intimidade do coração. É uma lei inscrita por Deus no coração do homem ( CF. CIC 1776).
Pela sua consciência, o homem reconhece, portanto, o que Deus espera dele.
Além disso, cada um deve escutar a voz da sua consciência e fazer o que ela diz.
Quem abafa a voz da própria consciência ou passa por cima dela, vai contra a sua própria felicidade.
Devemos ¨ formar a nossa consciência ¨, isto é, habituá-la a descobrir essa lei que se encontra no fundo dela. A educação da consciência é tarefa para toda a vida, que começa desde a primeira infância, e isto sublinha a importância capital da educação dada pelos pais e pelos outros formadores. Para nós, cristãos, a Palavra de Deus é a luz do nosso caminho, que devemos assimilar na fé e na oração, e colocá-la em prática. Para descobrir a lei da consciência ¨ somos assistidos pelos dons do Espirito Santo, ajudados pelo testemunho e conselhos dos outros e guiados pelo ensinamento autorizado da Igreja¨ ( CIC 1785). Podemos recorrer a dois meios: o exame de consciência e a aproximação ao sacramento da Reconciliação.


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