segunda-feira, 10 de agosto de 2015

                                            A VIDA DE SÃO JOÃO MARIA VIANNEY
                                            PADROEIRO DE TODOS OS SACERDOTES DIOCESANOS E RELIGIOSOS.







Jean - Marie Baptiste Vianey nasceu a 8 de maio de 1876, quarto filho de sete irmãos do casal Matheus e Maria Vianney, numa pequena aldeia chamada Dardilly, próximo a Limonest, situada a 10 Km ao norte de Lyon. Seu nascimento se dá pouco antes de  iniciar a Revolução Francesa.
Foi batizado no mesmo dia que nasceu e desde a infância frequentava a Igreja e sempre manifestou o desejo de ser sacerdote. Ainda na tenra idade era dado ao recolhimento profundo, á oração. Muitas das vezes era encontrado no canto da casa, no jardim ou no estábulo de joelhos rezando as orações que lhe tinham sido ensinado, como o Pai-Nosso e Ave-Maria, etc.
Durante os anos duros da Revolução Francesa, em que as igrejas foram fechadas e a perseguição religiosa foi dura e intensa, João Vianney rezava mais e todos os dias ao final da tarde rezava com seus pais. João Vianney - que tempos depois adotaria em seu nome, João-Maria em razão de sua profunda devoção á Virgem Mãe de Deus - nunca abandonara o desejo de ser sacerdote. Porém, dois obstáculos estavam em seu caminho: Pobreza e, sobretudo, a escassa inteligencia.
Todos os cursos  eram ministrados em Latim e já nas primeiras provas suas notas foram baixíssimas, o que fez com que fosse desclassificado. Porém, não eram notas definitivas. Foram poucas as pessoas que observaram sua capacidade de raciocínio e acreditaram em sua vocação, porque para os professores ele era um rude camponês e não tinha inteligencia para acompanhar os outros seminaristas. Porém era um verdadeiro exemplo de obediência, caridade, piedade e perseverança na fé de Cristo.
Insiste em entrar para a Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs, mas não é admitido pelos mesmos obstáculos já mencionados e é enviado a estudar teologia com seu amigo padre Balley, que o ensina teologia no idioma francês e João Maria faz as provas finais no mesmo idioma sendo aprovado e sendo readmitido no seminário.
Em 1815 foi ordenado sacerdote, mas com um impedimento, não poderia ser confessor. Julgavam que ele não era capaz de guiar consciências.
Porém para Deus ele era um homem extraordinário e foi por meio deste apostolado que o Espirito Santo manifestou-se sobre ele. Passava mais de 14 horas por dia confessando as pessoas, transformando-se assim num dos mais famosos e competentes confessores que a Igreja Católica já teve.
Já no início de seu sacerdócio, estando auxiliando o Bispo Balley - o mesmo padre que o ensinara - os outros sacerdotes começaram a queixar-se para o bispo de Lyon sobre o padre Vianney, que ¨ lhe faltavam os grandes dotes da razão que tanto faziam a grandeza dos séculos das luzes¨, o qual respondia o Bispo : ¨ Não sei se ele é instruído, mas sei que é iluminado¨.
Em 9 de fevereiro de 1818, o Bispo de Lyon o transfere para cuidar de uma capela da paróquia da Aldeia Ars - em - Dombes. Um lugarejo de 200 a 300 habitantes. O padre Vianney chega em uma carruagem pela estrada com seus pertences e seus 300 livros; apesar da pequena instrução gostava de ler muito. Ao chegar á entrada da aldeia, se deparou com uma neblina muito espessa e o deixou confuso. Perguntou a um menino pastor que ali perto estava onde ficava Ars. Quando o menino apontou para o vilarejo padre Vianney respondeu : ¨ você me ensinou o caminho de Ars e eu lhe ensinarei o caminho do céu¨. Hoje um monumento na entrada de Ars lembra esse encontro.

 Ars era um local fadado ao paganismo.
A pequena capela ficava vazia todos os domingos, que eram marcados por festas profanas e mundanas. A fé não era vista com seriedade. O confessionário sempre vazio. Isso fez com que padre Vianney redobrasse suas orações. Fazia jejuns e penitencia em prol daquela cidade, que para muitos era perdida. Dormia de 2 a 4 horas por noite. Alimentava-se pouco e quando acordava ia rezar diante do Sacrário.
Com o passar do tempo e obedecendo sempre a exortação do apóstolo São Paulo que não saia de sua mente: ¨ orai sem cessar ¨. 1 TS 5, 17. Ars começa a mudar. Não era um orador, não falava com eloquência e nas homilias perdia o fio da meada. Muitas das vezes não sabia como acabá-las e descia do púlpito acabrunhado.
Durante a sua estada em Ars enfrentou várias perseguições, principalmente pelos aldeões que tinham nas festas seus principais lucros. Mas os sinais de Deus os acompanhavam também.
Certa feita um Conde, homem rico de Correze foi a Ars com sua criada chamada Maria que era surda. Ao ver o Servo de Deus que confessava na sacristia perguntou-lhe: senhor padre, poderia curar minha criada? O padre respondeu : ¨ Ah! sim. A Maria que está no coro?¨ O conde replica : ¨ Não, padre, ela está junto á porta da Igreja¨. Sem demora o conde quis esclarecer o engano não sem ter percebido com admiração que o padre tinha falado o nome de sua criada sem o mesmo ter lhe falado. Dirigiu-se a pia do Batismo e a criada não estava, foi entre os peregrinos e ela não estava. Indo ter no coro, entra-a atrás do Altar - Mor, e quando a chama pelo nome ela vira e responde que estava curada de sua surdez.
Como confessor também era muito usado por Deus. Certa vez uma criada da família Cinier foi ter com o santo no confessionário e ela tinha um grave pecado para contar, porém, por vergonha não o fez, falando apenas de outros pecados. O santo a questiona sobre o pecado não contado. Ela em pensamento questiona : ¨ como ele sabe disso?¨ , Santo Cura interrompe o pensamento dela dizendo : ¨ teu anjo da guarda me contou¨.
Este apostolado de santidade se deu por causa de sua vida intensa de oração e fé. Dedicada inteiramente ao serviço de Deus, aquele pequeno vilarejo que estava fadado ao esquecimento e ao paganismo, se tornou um intenso local de peregrinações. Os peregrinos que queriam se confessar com o Cura d Ars, já no final de sua vida, eram aproximadamente 200 por dia e 80.000 ao ano. Quando os padres lhe perguntavam qual o segredo de tudo aquilo o Padre Vianney lhe respondia : ¨ Você já passou alguma noite em oração? já fez algum jejum?¨.
A vida do Santo Cura d Ars confirma o que São Paulo Apóstolo escreveu :
¨ Mas o que é loucura no mundo, Deus o escolheu para confundir os sábios; e, o que é fraqueza no mundo, Deus o escolheu para confundir o que é forte; e, o que não é, Deus escolheu para reduzir a nada o que é, a fim de que nenhuma criatura se possa vangloriar diante de Deus¨ ( 1 COR 1, 27-29).
A Igreja que pela lógica humana receara faze-lo sacerdote, curvou-se a sua santidade. João Maria Vianney foi proclamado Venerável pela Papa Pio IX em 1872, beatificado pela Papa São pio X em 1905, canonizado pelo Papa Pio XI em 1925 e pelo mesmo foi declarado padroeiro de todos os párocos do mundo, em 1929. Esse é o Santo Cura d Ars, cuja memória celebramos no dia 4 de agosto.
SANTO CURA D ARS ROGAI POR NÓS.






      ( CORPO INCORRUPTO DE SÃO JOÃO MARIA VIANNEY, O SANTO CURA D ARS ).


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