terça-feira, 4 de agosto de 2015

                                                     AGOSTO MÊS DAS VOCAÇÕES




Caros leitores e leitoras, estamos no mês das vocações, como a Palavra de Deus nos fala a merce é grande mas os operários são poucos. Somos convidados a dar uma resposta através de nossas vidas, primeiramente perguntando a Deus, assim como são Francisco de Assis, Senhor o que queres que eu faça?
E Deus nos dá a resposta através de fatos concretos e de pessoas, e ao tomarmos conhecimento de qual é o chamado Dele para nós, começa-se um longo caminho de discernimento, pois devemos alimentar o nosso chamado com uma vida de oração e participação assídua nos santos sacramentos.
O Senhor jesus nos chama a servi-lo de diversas formas, a Igreja nos mostra quais são essas formas Como pai e mãe de família, tendo também uma vocação profissional e educando de forma responsável os filhos na fé, constituindo uma família cristã que dá um autentico testemunho na sociedade, como um Leigo Consagrado ou Religioso e Religiosa pertencendo a uma família Religiosa, como Sacerdote Diocesano ou pertencente a uma Família Religiosa.
Neste mês falaremos sobre todas as vocações as quais Deus nos chama através da Igreja, começaremos pela vocação sacerdotal.


Por que o nome sacramento da Ordem?

A palavra ordem, na antiguidade romana, designava corpos constituídos no sentido civil, sobretudo o corpo dos que governavam. ¨ Ordenatio¨ ( ordenação) designa a integração num ¨ ordo ¨ ( ordem ). Na Igreja, há corpos constituídos que a Tradição, não sem fundamento na Sagrada Escritura, chama, desde os tempos primitivos, de ¨ taxeis ¨ ( em grego; pronuncie ¨ tacseis ¨ ), de ¨ ordines ¨ ( em latim).
 Por exemplo, a liturgia fala do ¨ ordo episcoporum ¨ ( ordem dos bispos ), do ¨ ordo presbyterorum ¨
( ordem dos presbíteros ), do ¨ ordo diaconorum¨ ( ordem dos diáconos  ). Outros grupos recebem também este nome de ¨ ordo ¨ : os catecúmenos, as virgens, os esposos, as viúvas etc.
A ordenação também é chamada ¨ consecratio ¨ por ser  um por à parte, uma investidura, pelo próprio Cristo, para sua Igreja. A  imposição das mãos do bispo, com a oração consecratória, constitui o sinal visível desta consagração.


O sacramento da Ordem na economia da salvação
O Sacerdócio na Antiga Aliança

O povo eleito foi constituído por Deus como ¨ um reino de sacerdotes e uma nação santa¨ ( EX 19, 6).
Mas, dentro do povo de Israel, Deus escolheu uma das doze tribos, a de Levi, reservando-a para o serviço litúrgico, Deus mesmo é sua herança. Um rito próprio consagrou as origens do sacerdócio da antiga aliança. Os sacerdotes são aí ¨ constituídos para intervir em favor dos homens em suas relações com Deus, a fim de oferecer dons e sacrifícios pelos pecados¨.
Instituído para anunciar a palavras de Deus e para restabelecer a comunhão com Deus pelos sacrifícios e pela oração, esse sacerdócio continua, não obstante, impotente para operar a salvação. Precisa, por isso, repetir sem cessar os sacrifícios, e não é capaz de levar á santificação definitiva, que só o sacrifício de Cristo deveria operar.


Na ordenação dos presbíteros a Igreja reza:

Assisti-nos, Senhor, Pai santo... já no Antigo Testamento, em sinais prefigurativos, surgiram vários ofícios por vós instituídos, de modo que,  tendo á frente Aarão para guiar e santificar o vosso povo, lhes destes colaboradores de menor ordem e dignidade. Assim, no deserto, comunicastes a setenta homens prudentes o espírito dado a Moisés, que, com o auxílio deles, pode mais facilmente governar o vosso povo.
Do mesmo modo, derramastes copiosamente sobre os filhos de Aarão a plenitude concedida a seu pai, para que o serviço dos sacerdotes segundo a Lei fosse suficiente para os sacrifícios do tabernáculo.


E, na oração consecratória para a ordenação dos diáconos, a Igreja professa :

Ó Deus todo-poderoso... fazeis crescer... a vossa Igreja. Para a edificação do novo templo, constituístes tres ordens de ministros para servirem ao vosso nome, como outrora escolhestes os filhos de Levi para o serviço do antigo santuário.



O único sacerdócio de Cristo

Todas as prefigurações do sacerdócio da antiga aliança encontram seu cumprimento em Cristo Jesus, ¨ único mediador entre Deus e os homens ¨ ( 1 TM 2, 5 ). Melquisedec, ¨ sacerdote do Deus Altíssimo¨ ( GN 14, 18 ), é considerado pela Tradição cristã como uma prefiguração do sacerdócio de Cristo, único ¨ santo, inocente, imaculado¨ ( HB 7, 16  ), que ¨ com uma única oferenda levou á perfeição, e para sempre, os que ele santifica ¨ ( HB 10, 14 ), isto é, pelo único sacrifício de sua Cruz.
O sacrifício redentor de Cristo é único, realizando uma vez por todas. Não obstante, torna-se presente no sacrifício eucarístico da Igreja. O mesmo acontece com o único sacerdócio de Cristo:
torna-se presente pelo sacerdócio ministerial, sem diminuir em nada a unicidade do sacerdócio de Cristo. ¨ Por isso, somente Cristo é o verdadeiro sacerdote; os outros são seus ministros¨.


Duas participações no sacerdócio único de Cristo


Cristo, sumo sacerdote e único mediador, fez da Igreja ¨ um Reino de sacerdotes para Deus, seu Pai ¨ ( AP 1,6 ). Toda comunidade dos fiéis é, como tal, sacerdotal. Os fiéis exercem seu sacerdócio batismal por meio de sua participação, cada qual segundo própria vocação, na missão de Cristo, Sacerdote, Profeta e Rei. É pelos sacramentos do Batismo e da Confirmação que os fiéis são ¨ consagrados para ser... um sacerdócio santo ¨.
O sacerdócio ministerial ou hierárquico dos bispos e dos presbíteros e o sacerdócio comum de todos os fiéis, embora ¨ ambos participem, cada qual a seu modo, do único sacerdócio de Cristo¨, diferem, entretanto, essencialmente, mesmo sendo ¨ ordenados um ao outro¨. Em que sentido? Enquanto o sacerdócio comum dos fiéis se realiza no desenvolvimento da graça batismal, vida de fé, de esperança e de caridade, vida segundo o Espírito, o sacerdócio ministerial está a serviço do sacerdócio comum, refere-se ao desenvolvimento da graça batismal de todos os cristãos. É um dos meios pelos quais Cristo não cessa de construir e de conduzir sua Igreja. Por isso, é transmitido por um sacramento próprio, o Sacramento da Ordem.


Os três graus do sacramento da Ordem


¨ O ministério eclesiástico, divinamente instituído, é exercido em diversas ordens pelos que desde a antiguidade são chamados bispos, presbíteros e diáconos. A doutrina católica, expressa na liturgia,  no magistério e na prática constante da Igreja, reconhece que existem dois graus de participação ministerial no sacerdócio de Cristo: o episcopado e o presbiterado. O diaconado se destina a ajudá-los e a servi-los. Por isso, o termo ¨ sacerdos ¨ designa, na prática atual, os bispos e os sacerdotes, mas não os diáconos. Não obstante, ensina a doutrina católica que os graus de participação sacerdotal ( episcopado e presbiterado) e o de serviço ( diaconado ) são conferidos por um ato sacramental chamado ¨ ordenação ¨, isto é, pelo sacramento da Ordem.
Que todos reverenciem os diáconos como Jesus Cristo, como também o bispo, que é imagem do Pai, e os presbíteros como o senado de Deus e como a assembléia dos apóstolos: sem eles não se pode falar de igreja.



Os efeitos do sacramento da Ordem
O caráter indelével


Este  sacramento torna a pessoa semelhante a Cristo por meio de uma graça especial do Espirito Santo, para servir de instrumento de Cristo em favor de sua Igreja. Pela ordenação, a pessoa se habilita a agir como representante de Cristo, Cabeça da Igreja, em sua tríplice função de sacerdote, profeta e rei.
Como no caso do Batismo e da Confirmação, esta participação na função de Cristo é concedida uma vez por todas. O sacramento da Ordem também confere um caráter espiritual indelével e não pode ser reiterado nem conferido temporariamente.
Alguém validamente ordenado pode, é claro, por motivos graves, ser exonerado das obrigações e das funções ligadas á ordenação ou ser proibido de exerce-las, mas jamais poderá voltar a ser leigo no sentido estrito,  porque o caráter impresso pela ordenação permanece para sempre. A vocação e a missão recebidas no dia de sua ordenação marcam a pessoa permanentemente.
Como, afinal de contas, quem age e opera a salvação é Cristo, por intermédio do ministro ordenado, a indignidade deste não impede Cristo de agir. Sto. Agostinho diz isso categoricamente :
O ministro orgulhoso deve ser colocado junto com o diabo, mas nem por isso é contaminado o dom de Cristo, que, por esse ministro, continua a fluir em sua pureza e, por meio dele, chega límpido e cai em terra fértil... Na verdade, a virtude espiritual do sacramento se assemelha á luz: os que devem ser iluminados a recebem  em sua pureza, pois, mesmo que tenha de atravessar seres manchados, ela não se contamina.


¨ In persona Christi Capitis¨ ( Na Pessoa de Cristo Cabeça... )

No serviço eclesial do ministro ordenado, é o próprio Cristo que está presente á sua Igreja enquanto Cabeça de seu corpo, Pastor de seu rebanho, Sumo sacerdote do sacrifício redentor, Mestre da Verdade. A Igreja o expressa dizendo que o sacerdote, em virtude do sacramento da Ordem, age ¨ in persona Christi Capitis ¨ ( na pessoa de Cristo Cabeça ).
Esse sacerdócio é ministerial. ¨ Esta missão que o Senhor confiou aos pastores de seu povo é um verdadeiro serviço.
Refere-se inteiramente a Cristo e aos homens. Depende inteiramente de Cristo e de seu sacerdócio único, e foi instituído em favor dos homens e da comunidade da Igreja. O sacramento da Ordem comunica ¨ um poder sagrado ¨ que é o próprio pode de Cristo. O exercício desta autoridade deve, pois, ser medido pelo modelo de Cristo que, por amor, se fez o último e servo de todos. ¨ O Senhor disse claramente que cuidar de seu rebanho é uma prova de amor para com Ele.






















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