terça-feira, 19 de julho de 2016

                                                   SANTA GERTRUDES DE HELFTA
                                                      ARAUTO DO AMOR DIVINO
                                                                     ( PARTE 4 )


                                    ESPIRITUALIDADE DA UNIÃO E DO ABANDONO




A íntima união com Deus e o abandono á sua sacratíssima vontade marcavam a espiritualidade de Santa Gertrudes. Num dia de inverno, encontrou uma breve oração que pedia a Nosso Senhor para n'Ele respirar, como ar ameno, e desejá-Lo como a verdadeira felicidade. Ademais, pedia que suas santíssimas feridas lhe fossem impressas no coração, " a fim de que se excite a dor de vossa compaixão e se acenda em mim o ardor de vosso amor. Dai-me também que toda criatura seja nada para mim e só Vós sejais deleitável a meu coração.¨
Esta oração a agradou tanto e explicitava na alma, que a repetia incontáveis vezes, com fervor crescente. Passados alguns dias, depois de Vésperas - conta ela -, " repassando com devoção em minha memória estas coisas, senti que, no mais fundo de minha indignidade, eu recebia tudo o que tal oração havia pedido, isto é, que no interior de meu coração e, por assim dizer nos lugares determinados, se imprimiam os estigmas, dignos de respeito e de adoração, de vossas santas chagas, chagas pelas quais Vós sanastes minha alma e a embriagastes com o néctar de vosso amor.¨
Em outra ocasião, manifestou ela a Jesus as labaredas que consumiam sua alma : " O que desejo, mais que todos os gozos, é que se cumpra, em mim e em todas as criaturas, vossa dulcíssima e laudabilíssima vontade. E para que isto se realize, estaria disposta a expor cada um de meus membros a qualquer sofrimento.¨
Ao que lhe respondeu o Senhor : " Já que com uma piedade tão viva te entregaste a promover minha vontade, eis que, segundo minha habitual benevolência, recompenso teus esforços, concedendo-te  que apareças tão agradável a meus olhos como se nunca houvesse omitido minha vontade na mínima coisa¨.
 




Apesar da falta de saúde que a obrigava a guardar o leito com frequência, não eram poucos os que vinham se aconselhar com ela, devido á sua grande fama de santidade. Para todos " tinha uma palavra doce e penetrante, sua eloquência era tão hábil e seu discurso tão persuasivo, eficaz e sedutor, que a maior parte que a ouviam davam testemunho evidente do espirito de Deus que falava nela. [ .... ] A uns inspirava por suas palavras o arrependimento do coração que devia salvá-los, a outros iluminava acerca do conhecimento de Deus ou de suas próprias debilidades, a alguns lhes outorgava o alívio do alegra consolo,  inflamava os corações de outros com o fogo abrasador do amor divino¨.






( FONTE : ARTIGO DA IRMÃ JULIANE VASCONCELOS ALMEIDA CAMPOS, EP DA REVISTA ARAUTOS DO EVANGELHO. )






 

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