quarta-feira, 17 de maio de 2017

PEREGRINAÇÃO DO PAPA FRANCISCO AO SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA E FÁTIMA
POR OCASIÃO DO CENTENÁRIO DAS APARIÇÕES DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA NA COVA DA IRIA
                                                         ( 12-13 DE MAIO DE 2017 )

SANTA MISSA COM O RITO DA CANONIZAÇÃO DOS BEATOS FRANCISCO MARTO E JACINTA MARTO

                                                      HOMILIA DO SANTO PADRE

                                                 ADRO DO SANTUÁRIO DE FÁTIMA
                                                    SÁBADO, 13 DE MAIO DE 2017


Apareceu no Céu (...) uma mulher revestida de sol : atesta o vidente de Patmos no Apocalipse ( 12, 1), anotando ainda que ela estava para ser mãe. Depois ouvimos, no Evangelho, Jesus dizer ao discípulo : Eis a tua Mãe ( JO 19, 26-27 ). Temos Mãe! Uma senhora tão bonita : comentavam entre si os videntes de Fátima a caminho de casa, naquele abençoado dia treze de maio de há cem anos átras. E, á noite, a Jacinta não se conteve e desvendou o segredo á mãe : Hoje vi Nossa Senhora. Tinham visto a Mãe do Céu. Pela esteira que seguiam os seus olhos, se alongou o olhar de muitos, mas... estes não A viram. A Virgem Mãe não veio aqui, para que A víssemos; para isso teremos a eternidade inteira, naturalmente se formos para o Céu.
Mas Ela, antevendo e advertindo-nos para o risco do Inferno onde leva a vida - tantas vezes proposta e imposta - sem - Deus e profanando Deus nas suas criaturas, veio lembrar-nos a luz de Deus que nos habita e cobre, pois, como ouvíamos na Primeira Leitura, o filho foi levado para junto de Deus ( Ap 12, 5 ). E, no dizer de Lúcia, os tres privilegiados ficavam dentro da Luz de Deus que irradiava de Nossa Senhora. Envolvia-os no manto de Luz que no Deus Lhe dera. No crer e sentir de muitos peregrinos, se não mesmo de todos, Fátima é sobretudo este manto de Luz que nos cobre, aqui como em qualquer outro lugar da Terra quando nos refugiamos sob a proteção da Virgem Mãe para lhe pedir, como ensina a Salve Rainha, mostrai-nos Jesus.
Queridos peregrinos, temos Mãe, temos Mãe! Agarrados a Ela como filhos, vivamos da esperança que assenta em Jesus, pois, como ouvíamos na Segunda Leitura, aqueles que recebem com abundância a graça e o dom da justiça reinarão na vida por meio de um só, Jesus Cristo ( RM 5, 17 ). Quando Jesus subiu ao Céu, levou para junto do Pai celeste a humanidade - a nossa humanidade - que tinha assumido no seio da Virgem Mãe, e nunca mais a largará. Como uma ancora, fundeemos a nossa esperança nessa humanidade colocada nos Céus á direita do Pai ( CF. EF 2, 6 ). Seja esta esperança a alavanca a vida de todos nós! Uma esperança que nos sustente sempre, até ao último respiro.

 
Com esta esperança, nos congregamos aqui para agradecer as bênçãos sem conta que o céu  concedeu nestes cem anos, passados sob o referido manto de Luz que Nossa Senhora, a partir deste esperançoso Portugal, estendeu sobre os quatro cantos da Terra. Como exemplo, temos diante dos olhos São Francisco Marto e Santa Jacinta, a quem a Virgem Maria introduziu no mar imenso da Luz de Deus e aí os levou a adorá-lo. Daqui lhes vinha a força para superar contrariedades e sofrimentos. A presença divina tornou-se  constante nas suas vidas,  como se manifesta claramente na súplica instante pelos pecadores e no desejo permanente de estar junto a Jesus Escondido no Sacrário.
Nas suas Memórias ( III, n.6 ), a Irmã Lúcia dá a palavra á Jacinta que beneficiara duma visão : Não ves tanta estrada, tantos caminhos e campos cheios de gente, a chorar com fome, e não tem nada para comer? E o Santo Padre numa Igreja diante do Imaculado Coração de Maria, a rezar? E tanta gente a rezar com ele? Irmãos e irmãs, obrigado por me acompanhardes! Não podia deixar de vir aqui venerar a Virgem Mãe e confiar-lhes os seus filhos e filhas. Sob o seu manto, não se perdem; dos seus braços,  virá a esperança e a paz que necessitam e que suplico para todos os meus irmãos no Batismo e em humanidade, de modo especial para os doentes pessoas com deficiência, os presos e desempregados, os pobres e abandonados. Queridos irmãos, rezamos a Deus com a esperança de que nos escutem os homens; e dirigimo-nos aos homens com a certeza de que nos vale Deus.
Pois Ele criou-nos como uma esperança para os outros, uma esperança real e realizável segundo o estado de vida de cada um. Ao pedir e exigir o cumprimento dos nossos deveres de estado ( Carta da Irmã Lúcia, 28\ II\ 1943), o Céu desencadeia aqui uma verdadeira mobilização geral contra esta indiferença que nos gela o coração e agrava a miopia do olhar. Não queiramos ser uma esperança abortada! A vida só pode sobreviver graças á generosidade de outra vida. Se o grão de trigo, lançado á terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto ( JO 12, 24 ) : disse e fez o Senhor, que sempre nos precede. Quando passamos através dalguma cruz, Ele já passou antes. Assim, não subimos á cruz para encontrar Jesus; mas foi Ele que Se humilhou e desceu até á cruz para nos encontrar a nós e, em nós, vencer as trevas do mal e trazer-nos para a Luz.
Sob a proteção de Maria, sejamos, no mundo, sentinelas da madrugada que sabem contemplar o verdadeiro rosto de Jesus Salvador, aquele que brilha na Páscoa, e descobrir novamente o rosto jovem e belo da Igreja, que brilha quando é missionária, acolhedora, livre, fiel, pobre de meios e rica no amor.

(  FONTE : W2.VATICAN.VA ).






                              São Francisco Marto e Santa Jacinta Marto, rogai a Deus por nós!!!

                                                                 São Francisco Marto




                                                                  Santa Jacinta Marto

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