Estimados leitores e leitoras, estamos as portas do Natal, tempo litúrgico muito forte no qual Celebramos o Nascimento de Jesus, que deve ser para nós um tempo de reflexão também sobre essa sua primeira vinda há 2016 anos atras e sobre sua segunda e definitiva vinda, para a qual devemos nos preparar pois ninguém sabe o dia, nem a hora.
AS DUAS VINDAS DE CRISTO :
NASCIMENTO E VOLTA
A espiritualidade deste Tempo Litúrgico, isto é, o espirito que dita o ritmo e nos move á contemplação deste mistério particular da vida de Cristo - e que nos atinge diretamente - é o convite para reconhecermos e esperarmos, com atitude de Verdadeira ESPERANÇA, CARIDADE E FÉ, a dupla vinda de Cristo : a primeira no seu nascimento e a segunda no final dos tempos.
A despeito desta dupla vinda de Cristo, São Paulo escrevendo a Tito afirma : " Pois tornou-se a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens. Ela nos ensina a renunciar á impiedade e aos desejos mundanos, para vivermos no tempo presente com moderação, justiça e piedade á espera da bem-aventurada esperança e da manifestação da glória de nosso Deus e Salvador Jesus Cristo" ( Tt 2, 11-13).
ENCARNAÇÃO :
Ao contrário do que muitos pensam, a espiritualidade cristã, fundamentada na encarnação do Verbo, não prega o desprezo ao corpo. Tal mistério da encarnação deveria nos fazer apreciar com grande alegria o maravilhoso intercambio de dons, assim como nos assinalava São Gregório de Nazianzo, em um dos seus sermões, datado do século IV : " O próprio Filho de Deus, que existe desde toda eternidade, incorpóreo, luz da luz, palavra e pensamento do Pai, vem em ajuda da criatura feita á sua imagem e por amor do homem se faz homem. Para purificar aqueles de quem se tornou em tudo semelhante, menos no pecado."
Desse modo, na sua primeira vinda, modesta e humilde, o Filho vem na fraqueza da carne e assume as nossas fragilidades ( carne ) e nos confere a graça do seu Espirito para que, conformado a Ele, demos mais qualidade á nossa humanidade e restaura a perfeição da sua Imagem em nós. Nascido num tempo e num espaço, santifica a história da humanidade caída no pecado e restaura a Aliança outrora abalada.
PARUSIA :
Maranathá! ( Vem, Senhor Jesus!), assim aclamamos na liturgia. Esta alocução evoca, sem que saibamos o dia e a hora ( CF. MC 13, 32-33) a segunda vinda de Cristo, com todo esplendor da sua glória, mas nem por isso deixemos de esperar ansiosamente; também nos prepara para permanecermos em vigilância observando a sua Palavra para que quando vier, estejamos despertos e animados na missão que recebemos ( CF. SL 138 18; JO 16, 33; 2COR 4, 1 ) e não sejamos punidos por nossas culpas, mas venha com amor e manifeste mais uma vez a sua Misericórdia, que supera toda a justiça. E, na consumação do mundo, seja ele renovado.
SEDE SANTOS COMO O PAI É SANTO!
( CF. MT 5, 48; 1PD 1, 16; LV 11, 44 )
Dissemos acima que este mistério da vida de Cristo nos atinge diretamente; e não poderia ser diferente. Este é o propósito de Deus que atua no seu infinito amor para conosco e, na sua divina providencia, escolhe meio eficazes para nos santificar, comunicando a nós o seu Espírito, verdadeiro auxílio no processo de amadurecimento existencial que vigora o nosso Ser-cristão em vista da nossa santificação.
A propósito de Santidade, isto é, deste chamado que o Senhor nos faz, há que se entender que ela consiste em tomarmos cada dia nossas cruzes, nossos pecados, nossos sonhos e desejos e oferecermos TUDO ao Pai. Ser santo é deixar nossa imanência ser tocada pela Transcendência de Deus. Ser santo é ser reflexo; deixar transparecer através de frágil humanidade a fortaleza do Senhor. Ser santo significa reconhecermos que " viemos do pó " ( Ecle 12, 7), mas mais ainda que mesmo sendo feitos de barro, o Senhor nosso Deus escolheu-nos para que sejamos guardiões do maior dos tesouros e dos dons ofertados : a sua Vida em nós, fruto do seu Santo Espirito, o mesmo que ressuscitou a Jesus e que nos impulsiona a caminharmos com um olhar sempre em frente.
Em última instancia, ser santo deve ser o propósito da vida de todo cristão, pois significa imprimir em si mesmo o Cristo a quem servimos e adoramos. Nos santos, tornar-se óbvio que quem caminha para Deus não se afasta dos homens; pelo contrário, torna-se-lhes verdadeiros vizinhos.
Cônscios deste mistério que celebramos, desejo que façamos a experiencia de uma conversão diária, a fim de reconhecermos que somos imagens do Criador e, nos confiemos a Ele e recebamos d'Ele a sua força e sua graça para buscarmos ser semelhantes ( CF. GN 1, 26-27) a Ele, Deus conosco, Emanuel, nascido e sempre presente em nossa realidade para dar-nos vitalidade e sabor á nossa vida frágil, mas bem quista por Deus que esconde em nós seu maior presente : o seu Santo Espirito.
( FONTE : ARTIGO DO PADRE THIAGO CRISTINO, DA REVISTA RENASCIDOS EM PENTECOSTES).
VEM SENHOR JESUS!!!!!
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