segunda-feira, 29 de junho de 2015

                                                     No princípio era o Espirito Santo
¨ SEGUNDO A EXPRESSÃO DOS PADRES, A IGREJA É O LUGAR ONDE FLORESCE O ESPIRITO¨.
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA 749


Os cristãos perguntam: Quando, onde e como começou a Igreja? ¨ O mundo foi criado em vista da Igreja, diziam os cristãos dos primeiros séculos¨ ( CIC 760).
De fato, a palavra ¨ Igreja ¨ significa ¨ convocação ¨, e Deus criou o mundo em vista da comunhão de todos na sua vida divina, comunhão que se realiza pela convocação de todos os homens em Cristo. Por isso, o Catecismo da Igreja Católica recorda esta expressão dos antigos: a Igreja, que não encontrará a sua plenitude senão na gloria do Céu, essa Igreja é o termo, isto é, o fim de todas as coisas ( CF. CIC 760).
Deus reúne o seu povo desde o tempo das primeiras alianças e muito particularmente com a vocação de Abraão, que recebe a promessa de se tornar o pai de um grande povo ( CF. GN 12, 2; 15, 5-6). O Povo de Israel, o povo de Deus das doze tribos, é o sinal da reunião futura de todas as nações. Mas os profetas anunciam que Deus fará uma aliança nova e eterna ( CF. JR 31, 31-34; IS 55, 3). É o Messias que realizará essa aliança.
De fato, desde o começo da sua vida pública, Jesus proclama que o ¨ Reino de Deus está próximo¨ ( MC 1, 15). Organiza o novo Povo de  Deus instituindo doze Apóstolos. A eles e a outros discípulos, dá poderes para continuarem a sua missão.
Muda o nome de Simão para  ¨ Pedro ¨ : este Apóstolo deve ser a pedra sobre Jesus edificará a sua Igreja. E, mais tarde, confirma-lo- á na sua missão de chefe, ensinando-lhe o seu papel: o de servir humildemente e confirmar os seus irmãos na fé, apascentando as ovelhas de Deus no amor. ¨ Por meio de todos esses atos, Cristo prepara e constrói a sua Igreja¨ ( CIC 765); esta Igreja que é ¨ o Reino de Cristo já presente em mistério¨ ( Concílio Vaticano II, Lumen Gentium 3; CF. CIC 763).
Mas é sobretudo na Paixão de Cristo que nasce a Igreja. No momento em que Jesus na Quinta-Feira Santa, pronuncia sobre o pão ¨ Isto é o meu Corpo¨, e sobre o vinho : ¨ Isto é o meu Sangue ¨, anuncia e realiza já o dom total de amor que faz de si mesmo a seu Pai, no sacrifício da cruz, para nos salvar. Institui a Eucaristia e perpetua o seu sacrifício, ordenando aos Apóstolos : ¨ Fazei isto em minha memória¨. Na Sexta-Feira Santa, querendo assegurar-se de que Jesus estava bem morto um soldado traspassa-lhe o coração e dele brotam sangue e água. São João, que foi testemunha do fato, conta-o para que também nós acreditemos que a salvação nos é dada graças a Jesus morto na cruz por nós. Por isso, o Concílio Vaticano II e o Catecismo da Igreja Católica quiseram dizer-nos que ¨ o começo e o crescimento da Igreja são significados pelo sangue e pela água que saíram do lado aberto de Jesus crucificado¨ ( Concílio Vaticano II, Lumen Gentium 3; CIC 766).
São Lucas oferece-nos, nos Atos dos Apóstolos ( capítulos 1 e 2), a história da ¨ manifestação pública¨ da Igreja. Foi em Jerusalém, a cidade da morte e da ressurreição de Jesus. Os Apóstolos e os discípulos de Jesus encontram-se reunidos em uma casa. Maria, a Mãe de Jesus, também está lá, assim como outras mulheres. Esperam o Espirito Santo, que Jesus prometeu, e oram juntos. E é então que no QUINQUAGÉSIMO DIA, acontece o seguinte: o sopro do Espirito de Deus abate-se sobre eles, vindo do céu, como um vendaval, enche a casa e vem arder nos seus corações. Já não sentem medo, então, daqueles que perseguiram e condenaram Jesus. Os discípulos ficam repletos de força e de alegria. Não podem ficar fechados por mais tempo, tem de sair para anunciar a Boa Nova.
Diante da casa reuniu-se uma multidão de gente, vinda de todos os cantos do mundo, que se tinha apercebido do turbilhão do Espirito. Contagiados pelo entusiasmo dos apóstolos, ouvem-nos dar testemunho de Jesus, o Filho de Deus, e cada um compreendia a mensagem na sua própria língua.
Os homens nos quais vive o Espirito de Jesus, compreendem-se uns aos outros, mesmo que não falem a mesma língua. Não se sentem estranhos entre si, qualquer que seja a nação ou raça a que pertençam.
Nesse mesmo dia de Pentecostes, é São Pedro, o primeiro dos Apóstolos, que pronuncia o discurso inaugural da missão por Cristo. A sua pregação é tão convincente que todos os que o escutam se sentem tocados no coração. Nesse dia - diz-nos São Lucas - milhares de pessoas abraçam a fé, recebem o Batismo e tornam-se parte integrante da comunidade em Jesus Cristo: irmãos e irmãs, a Igreja de Cristo.
Essas pessoas vem de vários países e o seu Batismo é a realização do mandato de Cristo: ¨ Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo¨ ( MT  28, 19 ). Desde o começo, vê-se como ¨ a Igreja é, por sua própria natureza, missionária enviada por Cristo a todos os povos para fazer deles discípulos¨ ( CIC 767 ).
Mas sabemos também como vivia a Igreja no seu começo: os primeiros cristãos eram assíduos ao ensinamento dos Apóstolos e á Fração do pão. Mantinham-se fiéis á comunhão fraterna e doavam a cada um, segundo a sua necessidade.

QUINQUAGÉSIMO DIA ( PENTECOSTES) : O dia em que a comunidade judaica celebra o memorial da aliança concluída por Deus com ela no Monte Sinai. A Igreja celebra este dia como o seu Pentecostes, ou seja, a efusão do Espirito Santo sobre a Igreja primitiva de Jerusalém, por ocasião do Pentecostes, cinquenta dias depois da Páscoa.



CINQUENTA DIAS DEPOIS ACONTECEU ASSIM ; O ESPIRITO DE DEUS DESCEU DO CÉU SOBRE ELES :
Falamos em São Pedro, e pensamos no Papa
que dirigi a Igreja como seu sucessor.
Falamos em São Paulo de Tarso ou em São Remi da Gália,
e pensamos em todos aqueles - os apóstolos e seus sucessores -
que anunciam o Evangelho.
Falamos em São Francisco Xavier da Espanha
ou em São Lourenço Ruiz das Filipinas, e pensamos em todos os que levam a fé em Cristo até os confins do mundo.
Falamos em Paulo Miki de Nagasaki, e pensamos em todos os que morreram mártires,
em testemunho de fidelidade absoluta a Cristo.
Falamos em São Bento de Núrsia ou em Santa Teresa de Ávila,
e pensamos em todos os que consagram a sua vida a Deus.
Falamos em São Francisco ou em Clara de Assis,
e pensamos em todos os que são pobres com os pobres.
Falamos em São Vicente de Paulo ou Santa Isabel da Hungria,
e pensamos em todos os que se dedicam ao serviço dos outros.
Falamos em São Maximiliano Kolbe da Polônia
ou no bem-aventurado Padre Damião de Molokai,
e pensamos em todos
os que dão a vida pelos irmãos e irmãs.
Falamos em Santa Catarina Tekakwitha do Canadá
ou em São Juan Diego do México,
e pensamos todos esses pequeninos
que viveram a sua fé em Cristo com um coração de pobre.
Dizemos ¨ Cristãos ¨, e pensamos em todos
os que são vivificados pelo Espirito
por esse mundo, e ao longo dos séculos.



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