terça-feira, 19 de abril de 2016

                                                    PURGATÓRIO! COMO EVITÁ-LO?
                                                               ( SEGUNDA PARTE )



                                                       A IGREJA QUE LUTA REZA
                                                       PELA IGREJA QUE PADECE


Nós temos uma sensibilidade errônea, pela qual, quando assistimos junto ao leito de algum moribundo á sua agonia, seguida do terrível drama da morte, nos impressionamos com facilidade por acreditar ser o término da carreira daquela pessoa.
Mas, na realidade - a Fé nos diz - ali tudo começa. Longe de julgar desligados de nós os que partiram, devemos nos compenetrar de que, estando no Céu ou no Purgatório, o vínculo com eles é muito mais estreito do que imaginamos. Assim, qualquer oração ou ato com mérito sobrenatural, até mesmo o uso de água benta, praticando  por quem permanece na Terra na intenção de beneficiar as almas do Purgatório, é considerado por Deus com grande benevolência e tomado pelas próprias almas com muito agrado, já que não podem mais rezar por si.
Nossas preces, aplicadas em sufrágio delas, abreviam a duração de seus padecimentos.
Por isso a Igreja, como Mãe amorosa, escolheu um dia do Ano Litúrgico para a comemoração dos Fiéis  Defuntos, no qual concede aos sacerdotes o direito de celebrar três Missas, com ¨a condição que uma das três seja aplicada a livre escolha, com possibilidade de receber oferta; a segunda Missa, sem nenhuma oferta, seja dedicada a todos os Fiéis Defuntos; a terceira seja celebrada segundo as intenções  do Sumo Pontífice¨. Esta obrigação em relação á última das três Missas encontra sua origem no zelo do Vigário de Cristo pela pronta liberação das santas almas do Purgatório. Com o passar do tempo, grande número de instituições pias, estabelecidas para a celebração de Missas em sufrágio das almas de determinados defuntos, foram sendo abandonadas e negligenciadas, resultando daí um sério prejuízo para as almas do Purgatório. Acrescentou-se ainda a I Guerra Mundial, que assolou a Europa arrebatando incalculáveis vidas, sobretudo entre os jovens. Facultando a celebração desta terceira Missa no dia dos Fiéis Defuntos, Sua Santidade Bento XV, com paternal largueza, assumiu para esta dívida da Igreja para com as almas sofredoras.
Não nos esqueçamos, porém, de que, embora uma só Eucaristia tenha um poder impetratório infinito, lucrarão mais as almas que em vida tiveram maior devoção a ela. Portanto, também nós devemos ter especial empenho em aumentar nosso fervor pela participação na renovação incruenta do Santo Sacrifício do Calvário.
A Santa Igreja dá ainda aos fiéis o privilégio de obter uma indulgencia plenária em favor de uma alma do Purgatório, recitando neste dia - ou nos dias subsequentes, até 8 de novembro - um Pai Nosso e um Credo em alguma igreja ou oratório, ou visitando um cemitério para rezar nessa intenção.

 

  O VALOR DE NOSSAS ORAÇÕES É SUPERIOR A QUALQUER OFERTA MATERIAL


É verdade que nós nos comprazemos em depositar sobre os túmulos coroas de flores ou velas, costume este muito bom e legitimo. No entanto, nossa maior manifestação de carinho pelas almas deve consistir em pedir por elas, pois o efeito da oração supera em muito o de qualquer oferta material, segundo a famosa sentença atribuída a Santa Agostinho : ¨ Uma lágrima por um defunto se evapora. Uma flor sobre o túmulo mucha. Uma oração por sua alma Deus a recolhe¨.
É preciso levar em conta que, como Deus não está na dependência do tempo, diante d'Ele não existe passado nem futuro e todos os acontecimentos se desenrolam num perpétuo presente, desde toda a eternidade e por toda a eternidade e por toda a eternidade. Desde modo, se hoje rezamos pela boa morte de algum parente ou conhecido - ainda que esta possa se ter dado há cinco ou quinhentos anos - nossa oração, já foi considerada por Deus no instante exato de sua passagem desta vida á outra, contribuindo para um transito mais feliz e assistido por graças eficazes e abundantes.





                                  UM ¨ NEGÓCIO ¨ COM AS ALMAS DO PURGATÓRIO



Esta piedosa prática nos permite fazer amizade com aqueles que, por causa de nossas preces, saem do Purgatório e são admitidos no Céu, onde adquirem um poder de audiência colossal junto a Deus. Decerto, a gratidão deles nos beneficiará. Se nesta Terra somos agradecidos aos nossos benfeitores, quanto mais as almas que entram na glória saberão interceder em favor de quem por elas rezou.
Nesse sentido, bem cabe aqui a aplicação da Parábola do administrador infiel ( CF. LC 16, 1 - 8 ).
Este homem, ao perceber que perderia o emprego devido á má gestão nos negócios de seu senhor, travou amizade com todos os devedores deste fim de ser sustentado por eles na hora da amargura e da necessidade, já que, por sua avançada idade, carecia de forças para trabalhar. E, uma vez despedido, foi ele amparado por todos aqueles de quem fraudulentamente aliviara a dívida. Nosso Senhor não elogia o roubo do administrador, mas louva, isto sim, sua esperteza.
Hoje é, então, o dia da esperteza! Devemos pedir por todos os que se encontram no Purgatório, sobretudo os mais ligados a nós. Este ato de caridade, nos renderá bons amigos, que retribuirão em qualidade e quantidade o favor recebido e, por conseguinte, muito nos ajudarão na hora da dificuldade.




(  FONTE : ARTIGO DO MONSENHOR JOÃO SCOGNAMIGLIO CLÁ DIAS, EP DA REVISTA ARAUTOS DO EVANGELHO. )



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